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Robert Hooke e outros cientistas: A Teoria Celular

Robert Hooke (1635-1703) foi um cientista que nasceu em uma época de largos horizontes intelectuais na Idade Média. Possuía um apurad...

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A definição dada pelo COFFITO para fisioterapia é: "Fisioterapia é uma ciência que estuda, previne e trata os distúrbios cinético funcionais intercorrentes em órgãos e sistemas do corpo humano." É quase infinito o campo de ação do fisioterapeuta, podendo este se aplicar a quase todas as áreas correspondentes na medicina. 

Dentre estas especialidades, podemos citar a antiga fisioterapia estética, renomeada para fisioterapia dermatofuncional como uma maneira de ampliar a área, conferindo-lhe a conotação de restauração de função, ao que antes sustentava apenas os cuidados à aparência estética. Essa área é referida como responsável pela manutenção da integridade do sistema tegumentar como um todo, incluindo a superfície da pele e seus anexos (unhas, cabelos, glândulas superficiais, etc). Afinal, cabe ao fisioterapeuta não apenas manter e promover a função física, mas também a qualidade de vida e o bem estar.

Dentre as possíveis atuações do fisioterapeuta especialista na área dermatofuncional, podemos citar:

Fibroedema gelóide (FEG)

Conhecida como celulite, é uma das patologias mais comuns e que afeta quase toda a população feminina. causada principalmente pelo acúmulo de proteoglicanos no meio extracelular, cuja função é dar rigidez e hidratação a esta matriz, resistindo à compressão e preenchendo espaços. Ou seja, a FEG se trata de um espessamento não-inflamatório da região subcutânea, envolvendo alterações estruturais, bioquímicas, e metabólicas que afetam a derme, a epiderme e o tecido subcutâneo. Observa-se ainda rompimento das fibras elásticas e o aumento e proliferação das fibras colágenas, o que gera crescente espessamento do tecido, até se tornar fibrótico. Nesse estágio pode ocorrer comprometimento nervoso, podendo causar um quadro álgico (doloroso).

O FEG pode ser causado por fatores predisponentes (hereditariedade, sexo, desequilíbrio hormonal), determinantes (estresse, fumo, sedentarismo, desequilíbrios glandulares e metabólicos, maus hábitos alimentares e disfunções hepáticas) ou condicionantes (perturbações circulatórias). Tem então causa multifatorial e, para que se consiga bom resultado em seu tratamento, este deve ser feito com procedimentos variados e complementares e com a total conscientização do paciente, pois se o FEG for abrandado e os hábitos continuarem os mesmos (alimentação inadequada, álcool, fumo, sedentarismo etc.), os resultados serão transitórios.

As opções de tratamento são variadas: indo de processos invasivos, como a subcisão (pelos quais se tratam as depressões na pele com micro cortes dos septos fibrosos) até os tratamentos externos como a mesoterapia (aplicação de medicamentos no tecido afetado), alimentação adequada e atividade física. Também existem outros recursos como a drenagem linfática, o método Endermologie (um objeto dirigido mecanicamente com uma pressão negativa causada por sucção e uma positiva obtida pela aproximação dos roletes). Esse tipo de massagem, também referida por outros nomes, além da melhora do fluxo sanguíneo e linfático permite o aumento da oxigenação cutânea, melhora da nutrição celular, auxílio na eliminação de produtos do metabolismo, melhora do tônus da pele, dentre outros. O uso do ultra-som para FEG pode ser indicado tanto pelos seus efeitos já conhecidos, como o aumento da circulação, com consequente neovascularização e relaxamento muscular,por seu efeito mecânico com a micromassagem,o rearranjo e extensibilidade das fibras colágenas e melhora das propriedades mecânicas do tecido, como por seus efeitos de veiculação de substâncias.




Estrias

São regiões de atrofia da pele. Seu aspecto é linear, variando de comprimento e largura, e também podem ser espaçadas ou numerosas, variando de ângulos. Em sua fase inicial, apresentam aspecto arroxeado, estreito e podem apresentar prurido. Com a evolução de seu quadro, tomam aspecto esbranquiçado e tornam-se mais largas. A grande dificuldade de diagnosticar sua origem dá-se pelas inúmeras situações fisiológicas que podem estar envolvidas: podem aparecer por um repentino estiramento do tecido, com consequente ruptura das fibras elásticas, aumento de peso, gravidez... Podem estar também relacionadas aos fatores endocrinológicos, principalmente quando se fala de corticóides e ao estrógeno. Patologias também podem estar envolvidas, como hanseníase e febre tifóide.

Seu tratamento varia com a evolução das estrias. Existem medicamentos específicos para cada estágio dessa evolução, sendo inútil o uso de um para uma situação específica em outra determinada situação específica. Um método bastante utilizado para o tratamento da estria já madura, esbranquiçada, é a corrente galvânica filtrada, estimulando um processo de reparação por meio de uma inflamação aguda localizada. 

A microdermoabrasão é um procedimento com finalidade de destruição da camada epidérmica ou dérmica superficial, tem o objetivo de estimular a regeneração da estria por um processo de inflamação, com consequente estímulo da atividade fibroblástica.



Obesidade

É uma doença universal, considerada como decorrência da superalimentação. É definida como um aumento generalizado da gordura corporal, resultante de um balanço energético onde o consumo supera o gasto. Além da alimentação exagerada, existem diversos fatores que podem acarretar um quadro de obesidade clínica: fatores genéticos, baixo metabolismo basal (quantidade mínima de energia (calorias) necessária para manter as funções vitais do organismo em repouso), massa magra escassa ou simplesmente o fator sexo, pois acredita-se que as mulheres têm maior predisposição. Outros fatores também a favorecem, como o sedentarismo, irregularidade de alimentação, ingestão de drogas... Também está associada a inúmeras doenças crônicas como as cardiovasculares, doenças articulares degenerativas, além de alterações posturais, entre outros. 

Há diversas formas de tratamento da obesidade. A tentativa inicial é em geral a de promover o bem-estar do paciente e diminuir o risco de doenças futuras. O tratamento medicamentoso é indicado para pacientes com dificuldade em emagrecer, podendo consistir em drogas que afetam a absorção de gordura, redutoras de apetite, enérgicas, entre outros. A atividade física e o controle alimentar são os mais importantes recursos para o tratamento da obesidade. Porém, ambos devem ser controlados. A maioria dos obesos não está preparada para suportar grandes programas de exercícios físicos, podendo desenvolver alterações em articulações, ou mesmo apresentar riscos, no caso dos que têm alterações coronarianas associadas. O exercício aeróbico é o mais indicado por promover perda de peso e de massa adiposa.


Lipodistrofia (gordura localizada)

Acúmulo regional de tecido adiposo. Sua localização varia de acordo com o sexo: homens têm o predomínio de células adiposas na região do abdome e mulheres apresentam maior depósito em regiões femoroglúteas. Na mulher, a localização pode ser influenciada por seu biótipo, classificada como ginóide, acúmulo em metade inferior do corpo,ou andróide, metade superior. Para tratamento da gordura localizada, a Endermologie é tida como um dos principais recursos com comprovada efetividade para melhoria do contorno corporal, sem necessidade de intervenção cirúrgica. Durante a aplicação desse método, há uma pressão positiva dos roletes do cabeçote que, associada à pressão negativa da sucção controlada do aparelho, causam dano às células adiposas, o que vai culminar em sua remodelação, ou seja, sua melhor distribuição no tecido. A esse método podem ser associadas outras técnicas, como o uso do ultra-som ou a própria lipoplastia.
  

No pré e pós-cirurgia plástica estética e reparadora 

É indicada a atuação fisioterapêutica em diversas cirurgias com fins estéticos. Dentre elas, destacam-se aquelas para rejuvenescimento facial, correção do contorno palpebral, correção de mama, implantes mamários, correção de abdome, lipoaspiração, etc. Na fase pré-operatória, é importante o trabalho com a manutenção da musculatura que estará envolvida na cirurgia, além de uma documentação prévia completa das condições gerais do paciente, musculares e de pele.

No pós-operatório o momento da intervenção varia de acordo com a cirurgia e com o procedimento realizado. O tratamento para redução de edema feito por drenagem linfática é indicado para todas as técnicas cirúrgicas e permite abordagem mais precoce. A utilização de Endermologie é indicada.

Consequências tardias à cirurgia também devem ser evitadas e tratadas, como prevenção de aderências cicatriciais, dor, flacidez e fraqueza muscular. Para isso, recursos comuns à fisioterapia podem ser utilizados como o ultrassom, crioterapia, laser,ou eletroterapia. Exercícios ativos também são fundamentais no processo de recuperação. O completo sucesso da cirurgia plástica depende ainda da participação do paciente, com a associação de dietas, atividade física e alterações em seu modo de vida.


Flacidez

É decorrente de atrofia de tecido, ficando este com aspecto frouxo, afetando em separado pele ou músculos.Pode ser consequência do envelhecimento fisiológico, onde há perda gradativa de massa muscular esquelética, substituída por tecido adiposo, e atrofia do tecido adiposo subcutâneo, dentre outras alterações. O sedentarismo é apontado como causa de flacidez muscular, assim como o emagrecimento em demasia, podendo este último afetar também a pele.

O tratamento desse tipo de patologia consiste em restabelecer a tensão perdida, indicando-se tratamentos que já fazem parte da rotina do fisioterapeuta, como eletroterapia e cinesioterapia. Para a flacidez de pele, peelings químicos com ácido glicólico e mesmo a cirurgia plástica são procedimentos recomendados.




Referências/Links Externos:
Fibro edema gelóide (“celulite”)
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A grande parte dos constituintes moleculares dos organismos vivos é composta de átomos de carbono unidos a outros átomos de carbono, de hidrogênio, oxigênio e nitrogênio. As propriedades especiais destas ligações do carbono permitem a formação de uma grande variedade de moléculas.Caracterizar essas moléculas seria um trabalho herculano se não fosse o fato de que as macromoléculas (proteínas, ácidos nucléicos, polissacarídeos) são compostas de um pequeno conjunto de unidades monoméricas (aminoácidos, nucleotídeos, monossacarídeos) comuns. A maioria dessas unidades monoméricas exerce mais de uma função nas células vivas: os nucleotídeos servem não apenas como subunidades para os ácidos nucleicos, mas também como moléculas transportadoras de energia. Os aminoácidos são subunidades das moléculas protéicas e também precursores de neutrotransmissores, pigmentos e muitos outros tipos de biomoléculas. 

Destas considerações podemos destacar alguns dos princípios da lógica molecular da vida:
  • Todos os organismos vivos constroem moléculas a partir dos mesmos tipos de unidades monoméricas.
  • A estrutura de uma macromolécula determina sua função biológica específica. 
  • Cada gênero e espécie são definidos por seu conjunto distinto de macromoléculas.

No curso da evolução biológica, um dos primeiros desenvolvimentos supõe-se ser o aparecimento de uma membrana lipídica que envolveu as moléculas hidrossolúveis da célula primitiva, separando-as do meio ambiente e permitindo que elas se acumulassem em concentrações relativamente altas. 

Embora a composição de um organismo possa ser quase constante ao longo do tempo, a população de moléculas no interior de uma célula ou de um organismo está bem longe de ser estática. As moléculas são sintetizadas e depois desmontadas por reações químicas contínuas, envolvendo um fluxo constante de massa e energia através do sistema. As moléculas de hemoglobina que, nesse momento estão carregando oxigênio de seus pulmões para o seu cérebro, fora sintetizadas no mês passado: daqui a um mês, elas serão degradadas e substituídas por novas moléculas. A glicose que você ingeriu em sua última refeição está agora circulando em sua corrente sanguínea; antes do dia terminar, essas moléculas terão sido convertidas em alguma outra substância, como dióxido de carbono ou gordura. A quantidade de hemoglobina e glicose no sangue permanece quase constante porque a velocidade de síntese ou a ingestão delas equilibra-se com a velocidade de quebra, consumo ou conversão.

 A energia é um tema central em bioquímica: as células e os organismos dependem de um suprimento constante de energia. O armazenamento e a expressão da informação consomem energia: sem essa energia as estruturas ricas em informação poderiam se tornar desordenadas e sem significado. As reações de síntese que ocorrem no interior das células também requerem o fornecimento de energia, bem como uma bactéria em movimento, no acender da luz de um vaga-lume, na descarga de um peixe elétrico. As células desenvolveram, durante a evolução, mecanismos altamente eficientes para capturar a energia do Sol, ou de extraí-la de alimentos, e transferir para os processos que dela necessitam.

A síntese contínua de componentes requer trabalho químico: o acúmulo e a retenção de sais e de vários compostos orgânicos que vão contra um gradiente de concentração envolvem um trabalho osmótico: a contração de um músculo ou o movimento do flagelo de uma bactéria representa trabalho mecânico. A bioquímica examina esses processos pelos quais a energia é extraída, canalizada e consumida; assim é essencial entender os princípios fundamentais da bioenergética: transformações ou trocas de energia das quais todos os organismos vivos dependem.

Para reações que ocorrem em solução, podemos definir um sistema como todos os reagentes e produtos, o solvente e a atmosfera próxima, ou seja, tudo o que está dentro de uma região definida do espaço. Juntos, o sistema e seus arredores, constituem o universo. Se o sistema não troca matéria nem energia com seus arredores, ele é dito ser fechado. Se o sistema troca energia mas não troca matéria com seu meio, ele é dito sistema isolado; se troca ambas energia e matéria com o meio, ele é um sistema aberto.

Um organismo vivo é um sistema aberto já ele troca matéria e energia com seu meio. Organismos vivos usam duas estratégias para captar energia: (1) eles obtêm combustíveis químicos da vizinhança e extraem energia oxidando-os; ou (2) eles absorvem energia da luz solar.
  • Organismos vivos criam e mantém suas estruturas complexas e ordenadas usando energia extraída de combustíveis ou da luz solar.
A primeira lei da termodinâmica foi desenvolvida a partir dos conhecimentos físicos e químicos, mas é totalmente válida para sistemas biológicos: ela descreve o princípio da conservação de energia.
  • Em qualquer mudança física ou química, a quantidade de energia total do universo permanece constante, embora a forma de energia possa mudar.
  • As necessidades energéticas de todos os organismos provém, direta ou indiretamente, da energia solar.
  • Todos os organismos vivos são interdependentes, trocando entre si energia e matéria por meio do meio ambiente.
O tema central em bioenergética é o modo pelo qual a energia do metabolismo de combustíveis ou da captura de luz é acoplada a reações que requerem energia. Reações químicas podem ser acopladas assim que uma reação libertadora de energia promove uma reação que requer energia. Reações em sistemas fechados ocorrem espontaneamente até que o equilibro seja alcançado. Quando um sistema está em equilíbrio, a velocidade de formação do produto é exatamente igual à velocidade na qual o produto é convertido em reagente.

No interior das células, todas as reações químicas ocorrem devido à presença de enzimas: catalisadores que são capazes de aumentar enormemente a velocidade de reações químicas específicas sem serem consumidos no processo. As enzimas agem diminuindo a barreira de ativação entre o reagente e o produto, ligando-se às moléculas dos reagentes no estado de transição e acelerando a velocidade da reação. As enzimas são proteínas, com um número muito pequeno de exceções, como moléculas de RNA. Cada proteína enzimática é específica para a catálise de uma determinada reação, e cada reação é catalisada por uma enzima diferente. Cada célula, então, requer milhares de tipos diferentes de enzimas. 

As milhares de reações químicas enzimaticamente catalisadas são funcionalmente organizadas em muitas sequências diferentes de reações consecutivas chamadas vias, nas quais o produto de uma reação se torna o reagente para uma próxima reação. Algumas dessas sequências de reações degradas nutrientes orgânicos em produtos finais simples, de forma a extrair energia química e convertê-la em uma forma utilizável pela célula. Juntos, esses processos liberadores de energia livre são designados catabolismo. Outras vias enzimaticamente catalisadas parem de moléculas precursoras pequenas e as convertem em moléculas mais complexas e maiores, incluindo proteínas e ácidos nucleicos. Essas vias sintéticas requerem invariavelmente a adição de energia, e quando consideradas em conjunto representam o anabolismo. Esse conjunto de vias constitui o que chamamos de metabolismo. O ATP é o mais importante elo de conexão entre os componentes catabólicos e anabólicos dessas vias, sendo ele o transportador universal de energia metabólica.


Resumo de:
LEHNINGER, Princípios de Bioquímica.

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Há bilhões de anos atrás, o universo nasceu com uma explosão que lançou em todo o espaço milhares de partículas subatômicas quentes e ricas em energia. Dentro de segundos, formaram-se os elementos mais simples (hidrogênio e hélio). À medida que o universo expandia-se e esfriava, as galáxias se formaram condensando-se sob a força da gravidade. Dentro delas, grandes estrelas se formaram, que depois exploram em supernovas, liberando energia necessária para fundir os núcleos atômicos mais simples com os elementos mais complexos. Dessa forma, nasceram os elementos químicos presentes na Terra. Aproximadamente há quatro bilhões de anos originou-se a vida, os microorganismos simples capazes de extrair energia de compostos orgânicos ou da luz solar, que eles usaram para formar uma valiosa gama de biomoléculas que interagem entre si para dar aos organismos suas propriedades que lhe são características. 

Todos os organismos vivos são compostos de moléculas destituídas de vida. Mas o que os distingue dos objetos inanimados? Primeiro é o seu grau de complexidade química e de organização. Eles possuem estruturas celulares internas e contém uma grande variedade de moléculas complexas. Em contraste com isso, toda a matéria não-viva presente na Terra é composta de materiais simples. Segundo, os organismos vivos extraem, transformam e usam a energia que encontram no meio ambiente, sendo eles usualmente nutrientes químicos ou energia solar. Essa energia é utilizada na manutenção das estruturas internas desses indivíduos, como trabalhos mecânicos, químicos, osmóticos e de vários outros tipos. Em oposição, a matéria inanimada não se utiliza desse tipo de recurso, tendendo a se degenerar em um estado mais desordenado estado, alcançando um equilíbrio com sue meio ambiente. O terceiro e mais característico atributo dos organismos vivos é a capacidade de auto-replicação

Cada componente de um organismo vivo tem uma função específica. Isso se aplica não apenas às estruturas macroscópicas, como folhas e caules, mas também para as estruturas microscópicas, como células, seus núcleos, etc. Até mesmo os compostos químicos individuais existentes nas células têm suas funções específicas. Mas se os organismos vivos são compostos de moléculas intrinsecamente inanimadas, como podem essas moléculas exibir a extraordinária combinação de características que chamamos de vida? O objetivo básico da ciência bioquímica é mostrar como as coleções de moléculas inanimadas constituintes dos seres vivos interagem entre si para perpetuar a vida animada.

Organismos vivos são enormemente diferentes em suas aparências e funções. Até o momento, pesquisas bioquímicas relevam que todos os organismos são notadamente semelhantes em níveis celular e químico. A própria Bioquímica se ocupa de descrever em termos moleculares as estruturas, os mecanismos e os processos químicos compartilhados por todos os organismos, e fornece os princípios organizacionais que fundamentam a vida em todas as suas diferentes formas.

Resumo de:
LEHNINGER, Princípios de Bioquímica.
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Anatomia é a ciência que estuda a constituição dos seres vivos organizados, de forma micro e macroscópica. A partir da descoberta do microscópio, desenvolveram-se ciências especializadas, embora todas elas possam se encaixar como ramos da Anatomia, como por exemplo a Citologia (estudo das células), a Histologia (estudo dos tecidos e de suas organizações na formação de tecidos) e a Embriologia (estudo do desenvolvimento dos indivíduos). Ainda mesmo podemos mencionar a Anatomia Radiológica, que estuda os órgãos nos seres vivos ou em cadáveres através de Raio X, Anatomia Antropológica, que se ocupa de tipos raciais, Anatomia Biotipológica ou Constitucional, que se ocupa dos tipos morfológicos ou constitucionais, Anatomia Comparativa, que se refere à comparação de órgãos de espécies diferentes de seres vivos, e Anatomia de Superfície, sendo esse o estudo dos relevos morfológicos na superfície do corpo dos seres.

ana = em partes
tomein = cortar

 As variações anatômicas são diferenças morfológicas entre os indivíduos, que podem se apresentar externamente ou em qualquer um dos sistemas do organismo, sem que isso traga prejuízo funcional para o indivíduo. Neste termo se encaixam diferenças externas, como a aparência física, até diferenças internas, como a forma de órgãos sendo levemente diferenciada. Partindo desse princípio, as discrepâncias que perturbam a funcionalidade de parte ou partes do indivíduo é chamada de anomalia, como por exemplo um indivíduo que tem um dedo à mais na mão direita. Se essa anomalia for tão acentuada a modo de deformar profundamente a construção do corpo de um indivíduo, denomina-se monstruosidade. Podemos citar como exemplo a agenesia (não formação) do encéfalo.

As variações anatômicas que diferem os indivíduos são as relacionadas à idade, ao sexo, raça, tipo constitucional, evolução, etc. Estes são, em conjunto, os denominados fatores gerais de variação anatômica.

A — Idade é o tempo decorrido ou a duração da vida. Muito notáveis modificações ocorrem ao decorrer desse período em todas as fases 
a) Fase intra-uterina
     1) ovo
– quinze primeiros dias
     2) embrião – até o fim do 2° mês
     3) feto – até o 9° mês
b) Fase extra-uterina
     4) recém-nascido – até o 1° mês após o nascimento
     5) infante – até o fim do 2° ano
     6) menino – até o fim do 10° ano
     7) pré-púbere – até a puberdade
     8) púbere – dos 12 aos 14 anos, relacionados à maturidade sexual
     9) jovem – até os 21 anos no sexo feminino e 25 anos no sexo masculino
     10) adulto – até a menopausa (castração fisiológica natural)
     11) velho – além dos 60 anos.

B — Sexo É o caráter da masculinidade ou feminilidade. É possível reconhecer órgãos diferentes em cada um deles, graças a características especiais até mesmo fora da esfera genital.

C — Raça É a denominação conferida a cada grupamento humano que possui características físicas comuns, externas ou internas, pelos quais se distinguem dos demais. Por exemplo, representantes das raças Brancas, Negras, Mestiços, etc.

D — Biótipo É a resultante da soma das características herdadas e das características herdadas por influência do meio. Os biótipos constitucionais existem em cada grupo racial.  Na grande variabilidade morfológica humana há possibilidade de reconhecer o tipo médio e os tipos extremos, naturalmente também os mistos. Os dois extremos são chamados de longilíneo e brevilíneo, e a comparação dos mesmos demonstram tanto diferenças morfológicas internas como externas. Os longilíneos são indivíduos magros, em geral altos, com pescoço longo, tórax muito achatado ântero-posteriormente, com membros longos em relação à altura do tronco. Os brevilíneos são indivíduos atarracados, em geral baixos, com pescoço curto, tórax de grande diâmetro, membros curtos em relação à altura do tronco. Os mediolóneos apresentam características intermediárias.

E — Evolução Influencia o aparecimento de diferenças morfológicas no decorrer dos tempos, como demonstrado pelo estudo dos fósseis. 

Além das variações individuais e daquelas que são condicionadas pelos fatores gerais de variação acima referidos, notáveis modificações ocorrem, em tempo mais ou menos curto, pela cessação do estado da vida que, na maioria  dos casos, é causada por processos mórbidos. Assim, o estudo do material cadavérico deve ser feito com cautela, especialmente se possível usando radiografias, radioscopias, etc. Deve-se ter em mente que o que se vê nos cadáveres não corresponde, exatamente, ao que é encontrado in vivo, principalmente com referência à coloração, consistência, elasticidade, forma, e até mesmo posição ocupada pelos elementos anatômicos.

Resumo de:
DANGELO; FATTINI. Anatomia Humana Básica.
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Se a análise de uma personagem em particular ao longo de uma peça acaba conduzindo `uma visão geral, outro tanto se pode afirmar com respeito à ação. Sem dúvida, a ação envolve mais a totalidade de uma peça do que a personagem isolada. Em se tratando da ação ou do enredo, mal se pode falar em retirá-la do meio, tão intrínseca ela está: nomear a ação ou o enredo é praticamente visualizar a peça como um todo. O analista do texto teatral deve ter em mente essa globalidade a fim de superar as dificuldades que se lhe interpõem.

O estudo de um enredo implica as personagens e os outros componentes de uma peça. Já foi dito que uma peça é inexistente sem enredo, e só por exceção encontramos peças destituídas de intriga, como o teatro naturalista e o simbolista. Não pode deixar de haver enredo e ação porque é através dela que o dramaturgo exprime suas opiniões e sua concepção de mundo. Portanto, a ação é considerada pedaço imprescindível do teatro. Passeando um pouco no ramo da psicologia, diria-se que o espectador ou o leitor busca o enredo justamente porque procura encontrar na peça um sedativo ou um escape para as frustrações diárias.

A aplicação de um principio racional ao caos do irracional. Logo, qualquer enredo tem um caráter dualista: compõe-se de matéria violentamente irracional, mas a "composição" é em si racional, intelectual. O interesse num enredo, ainda o mais rudimentar, é interesse de ambos esses fatores e, talvez ainda mais, na sua interação mútua.

Mas o que deve fazer um comediógrafo para reter o interesse dos espectadores? Esse problema constitui o cerne do problema da análise da ação. O escritor de teatro tem na mão dois componentes para atiçar a atenção do espectador e do leitor, que são a surpresa e o suspense. Dessa forma, a expressão "um enredo engenhoso" se refere ao bom uso e balanceamento desses dois elementos.

Quanto à situação dramática, diz respeito às circunstâncias em que é dado às personagens agir ou nas quais estão inscritas; ou às circunstâncias que se estabeleceram antes da peça começar. No primeiro caso, a situação dramática consiste na tensão estabelecida entre as personagens no curso da ação. No segundo caso, trata-se da "história prévia", a situação dramática que antecede a investida das personagens no contexto da peça. Na situação interna, que é o primeiro caso, as personagens continuam a gozar do privilégio da vontade e da liberdade de opção. Na situação dramática externa, o segundo caso, as personagens mergulham em circunstâncias alheias à sua vontade, parcialmente ou não.

O analista, abstraindo a situação dramática do resto da peça, pode examiná-la como se dando antes ou depois dela, ou fundindo as duas hipóteses. Se a situação dramática que antecede a peça parecer ser isenta de tensão e tender a qualquer coisa perto do melodrama (a história da jovem seduzida e abandonada, o filho enjeitado, etc.), a situação dramática que a sucede e que o desenrolar da peça nos revela, assume elevada intensidade.

Entendemos que toda peça de teatro, semelhante à qualquer obra literária, apresenta dualismo de funções: entreter, é a primeira delas, intimamente ligada com o caráter lúdico da Arte; forma de conhecimento é a segunda, também inerente à Arte. Visto que é obviamente menos relevante a primeira, nos foquemos na segunda.

A verdade é que buscamos distração na leitura de uma peça, mas ao mesmo tempo saber como o seu autor concebe o mundo e os homens, pois seu modo de ver nos ensina a melhoras nosso próprio e a realidade circundante: o impacto do teatro, por ser direto, ainda quando lido, promove o nosso autoconhecimento e o conhecimento da conjuntura que nos rodeia. É que, de certa forma, o dramaturgo consegue exprimir entre a ação e a personagens o que ele está "vendo", nós é que seríamos, realmente, os protagonistas da peça, mas protagonistas privilegiados por terem o prazer de sentar numa cadeira para ler a peça ou assisti-la sem maiores compromissos. E após o término da leitura ou da apresentação, sentimos como se nos olhássemos num espelho.

O estudante deve lembrar-se de que o pensamento surge implícito na ação e no diálogo, precisamente como na vida diária. O dramaturgo, em vez de dissertar, morta. Ao estudante cabe apontar, no âmago de umas e outras, o pensamento recôndito e subentendido. Quanto mais o pensamento se funde na ação e no diálogo, mais convincente e perturbador se torna; e quanto mais externo à ação e à fala, menos convincente e mais malograda é a peça.


Resumo de:
MOISES, Massaud. A análise literária. 17.ed. São Paulo: Editora Cultrix, 2005.
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Para fins de análise, podemos isolar uma personagem de uma peça e considerá-lo por si só. Certamente ela transporta consigo sua ação, porque é somente nela que ela ganha existência. Apesar disso, o foco se volta para sua personalidade como um todo. Nesse caso, a análise desvendará a personagem evoluindo ao longo da peça sem importar a sua macroestrutura. Há três vias principais: o que o personagem revela sobre si mesma, o que faz, e o que os outros dizem a seu respeito. Antes de entrar no âmbito da análise, entretanto, é necessário esclarecer que o analista não deve criar expectativas sobre suas ações com base em seus semelhantes, sob pena de torcer os fatos. É que, dadas as próprias limitações do teatro, a autonomia "real" das personagens é muito relativa, ao contrário da ilusão que oferece, ao dispensar o mediador em sua apresentação ao leitor ou ao público. O mediador, ou o autor, embora se oculte o mais que possa, sempre conduz as personagens não como marionetes, mas como representações de que se vale para se comunicar. Deve-se alertar contra a falsa ideia de realismo que a personagem pode transmitir, pois a sua personalidade nos é mostrada com os meios à mão para encarnar suas intuições. A personagem não é totalmente livre, conquanto não seja mero boneco à mercê do escritor: não é cópia fiel dos seres da carne e ossos, mas também não é projeção irracional.

O primeiro modo pelo qual se conhecemos uma personagem é o que ela "revela sobre si mesma", manifestando-se por meio de confidências á parte e/ou monólogos. Ambos são caracterizados pela revelação sorrateira de informações sobre si mesmas, mas são dotados da diferença clara: nas confidências há um interlocutor, o que não acontece nos monólogos. Um, mais tradicional (confidência), e o outro, mais moderno (monólogo), mas serão sempre ocasionais: do primeiro o comediógrafo não pode abusar, o segundo só podemos admiti-los em casos especiais. O "à parte" (momento aquele em que a personagem fala sozinha, fala "à parte) foi ultrapassado pelo teatro moderno: no teatro, a personagem ignora um jeito concreto de ser fazer conhecer, pelo que manifesta de si própria. E sabiamente ignora-o pela razão de que ela está lançada numa situação caracterizada pela ação concentrada, onde não há pausas para explicação.

Aqui está o motivo pelo qual entramos no conhecimento do que a personagem faz. Mas isso implica a ação da peça. Abrangendo os estudos do que a personagem faz, podemos catá-las individualmente e analisar a sua ação. Todavia, como sua ação somente se figura com a ação de outras personagens e ao que elas fazem, é bem natural que os analistas se detenham nos interlocutores e suas respectivas ações, sempre no intuito de focar a personagem escolhida. Portanto, a análise de um protagonista engloba os terrenos vizinhos onde reinam os demais personagens em função do primeiro.

De outro ângulo, interpretar o universo das relações sociais em que se move a personagem analisada nos dá a chance de entrar no terceiro modo de se analisar uma personagem, pelo exame do "que dizem a seu respeito". Se levarmos em conta que as opiniões das outras personagens também implicam em ação, é verdadeiro dizer que é possível conhecer uma personagem pelo que dizem dela e por como as demais se posicionam e se comportam; estes funcionariam como superfície de reflexão, algo como um espelho que duplicaria do protagonista. E através da imagem composta podemos gradativamente ir caracterizando a personagem.

Equacionados os meios de caracterizar uma personagem, podemos agora saber a que nos leva tal procedimento. O conhecimento e exploração nesse âmbito nos leva a conhecer uma personagem enquanto personagem, não quanto pessoa. Isto é, as qualidades reveladas numa representação teatral são da personagem, não as que teria se fosse em carne e osso. São as quatro qualidades a serem observadas numa personagem: utilidade, propriedade, verossimilhança e consistência.

Partindo da premissa de que cara gênero ou espécie teatral tem um tipo diferente de personagem, entendemos imediatamente as quatro qualidades assinaladas. Uma tragédia demanda certas personagens que não seriam bem alocadas em uma farsa, e vice versa. Temos de ver, ainda, se as personagens têm as propriedades necessárias na peça, pois não basta que sejam úteis apenas quando enquadradas no gênero teatral. Do contrário, seria nivelar todas as personagens que fossem úteis, por exemplo, nas comédias, quando obedecem uma hierarquia. Daí se depreenderia que o afastamento entre elas está na razão direta de se parecerem ao máximo com a vida cotidiana, com quem está como espectador.

A quarta qualidade diz respeito à coerência, que se manifesta através da ação e do diálogo ao longo dos conflitos que orientam a peça. Se a coerência se impõe por meio de situações diversas ou embaraçosas, as personagens são úteis, verossímeis e apropositadas. Logo, o dramaturgo consegue convencer e alcançar os objetivos propostos.


Resumo de:
MOISES, Massaud. A análise literária. 17.ed. São Paulo: Editora Cultrix, 2005.
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A epopeia, a poesia trágica, a comédia, o ditirambo, a maior parte da aulética e da citarística são consideradas imitações.
  • Epopeia: poema de longo fôlego acerca de assunto grandioso e heroico.
  • Ditirambo: nas origens do teatro grego, canto coral de caráter apaixonado (alegre ou sombrio), constituído de uma parte narrativa, recitada pelo cantor principal, ou corifeu, e de outra propriamente coral, executada por personagens vestidos de faunos e sátiros, considerados companheiros do deus Dionísio, em honra do qual se prestava essa homenagem ritualística.
  • Aulética: arte de tocar flauta ou aulo.
  • Citarística: arte de tanger ou tocar cítara.
Existem diferenças de acordo com essas formas de expressão: elas variam no modo, no meio e no objeto de se expressar. Essas artes fazem imitações considerando o ritmo, a linguagem, a harmonia, etc., empregados separadamente ou em conjunto. Apenas a aulética e a citarística fazem uso do ritmo e da harmonia, mas também a dança se utiliza desse segundo: é por atividades rítmicas que os dançarinos exprimem suas emoções.
A epopeia faz uso do verso sem rima, mesclando métricas diferentes ou se atendo a uma só. 
Não são versos poéticos os que são assuntos fora da esfera da literariedade, como Matemática ou Física.
Há artes que se utilizam de todos os elementos supracitados, isto é, ritmo, canto, metro: assim procedem os ditirambos, os nomos, as tragédias, as comédias. A diferença entre eles se dá no emprego desses elementos, em conjunto ou separados.
  • Nomos: composições vocais, geralmente acompanhadas pela cítara ou pelo aulo, que obedece a determinados padrões fixos dos quais se atribuía influência mágica, e que era destinada a louvar aos deuses, ou a celebrar certos acontecimentos.

A imitação se aplica aos atos das personagens, que podem ser boas ou ruins de acordo com sua tendência para a virtude ou para o vício. Logo resulta-se que as personagens ou são melhores ou piores que nós. É possível encontrar e discernir esse caráter mesmo nas artes não cantadas, como as epopeias de Homero que pinta o homem melhor do que ele realmente é.
É também essa diferença que distingue a tragédia da comédia: um pinta o homem pior do que ele é e o outro melhores do que é na realidade. 

Existe uma terceira diferença na maneira de imitar cada um dos modelos: é possível imitar os mesmos objetos nas mesmas situações em uma narrativa simples, seja introduzindo uma personagem ou fazendo-se o autor um narrador-personagem, ou ainda apresentando a imitação com a ajuda de personagens autônomos.
A imitação é realizada segundo esses três aspectos, como foi dito em princípio: os meios, os objetos e a maneira.
Algumas pessoas chamam de dramas as obras de Sófocles e Homero, ambas retratando o homem melhor do que ele é em realidade, e ambas com personagens que se sobressaem no enredo e vão de encontro aos espectadores, dando a ideia de que são autônomos.


Resumido de:
ARISTÓTELES. Arte Poética.
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