Há bilhões de anos atrás, o universo nasceu com uma explosão que lançou em todo o espaço milhares de partículas subatômicas quentes e ricas em energia. Dentro de segundos, formaram-se os elementos mais simples (hidrogênio e hélio). À medida que o universo expandia-se e esfriava, as galáxias se formaram condensando-se sob a força da gravidade. Dentro delas, grandes estrelas se formaram, que depois exploram em supernovas, liberando energia necessária para fundir os núcleos atômicos mais simples com os elementos mais complexos. Dessa forma, nasceram os elementos químicos presentes na Terra. Aproximadamente há quatro bilhões de anos originou-se a vida, os microorganismos simples capazes de extrair energia de compostos orgânicos ou da luz solar, que eles usaram para formar uma valiosa gama de biomoléculas que interagem entre si para dar aos organismos suas propriedades que lhe são características.
Todos os organismos vivos são compostos de moléculas destituídas de vida. Mas o que os distingue dos objetos inanimados? Primeiro é o seu grau de complexidade química e de organização. Eles possuem estruturas celulares internas e contém uma grande variedade de moléculas complexas. Em contraste com isso, toda a matéria não-viva presente na Terra é composta de materiais simples. Segundo, os organismos vivos extraem, transformam e usam a energia que encontram no meio ambiente, sendo eles usualmente nutrientes químicos ou energia solar. Essa energia é utilizada na manutenção das estruturas internas desses indivíduos, como trabalhos mecânicos, químicos, osmóticos e de vários outros tipos. Em oposição, a matéria inanimada não se utiliza desse tipo de recurso, tendendo a se degenerar em um estado mais desordenado estado, alcançando um equilíbrio com sue meio ambiente. O terceiro e mais característico atributo dos organismos vivos é a capacidade de auto-replicação.
Cada componente de um organismo vivo tem uma função específica. Isso se aplica não apenas às estruturas macroscópicas, como folhas e caules, mas também para as estruturas microscópicas, como células, seus núcleos, etc. Até mesmo os compostos químicos individuais existentes nas células têm suas funções específicas. Mas se os organismos vivos são compostos de moléculas intrinsecamente inanimadas, como podem essas moléculas exibir a extraordinária combinação de características que chamamos de vida? O objetivo básico da ciência bioquímica é mostrar como as coleções de moléculas inanimadas constituintes dos seres vivos interagem entre si para perpetuar a vida animada.
Organismos vivos são enormemente diferentes em suas aparências e funções. Até o momento, pesquisas bioquímicas relevam que todos os organismos são notadamente semelhantes em níveis celular e químico. A própria Bioquímica se ocupa de descrever em termos moleculares as estruturas, os mecanismos e os processos químicos compartilhados por todos os organismos, e fornece os princípios organizacionais que fundamentam a vida em todas as suas diferentes formas.
Resumo de:
LEHNINGER, Princípios de Bioquímica.
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